terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Cara e coroa da economia da Região de Viseu (2)


Ainda a propósito da recente publicação pelo INE do Anuário Estatístico da Região Centro (AERC) vale a pena compilar mais alguma informação sobre a nossa Região e confrontá-la com o que se passa noutras regiões vizinhas. No último apontamento, referimo-nos ao facto de “sectores mais sofisticados, aqueles que fazem apelo a maior conhecimento e criatividade e que estão na base do crescimento económico das regiões e dos países mais desenvolvidos, têm um peso pouco significativo na economia da Região”. Ilustrámos esta afirmação com o peso da riqueza criada e do pessoal de sectores de alta tecnologia e das tecnologias da informação.

Dada a importância que o conhecimento tem na economia, a sua produção e utilização assumem um relevo primordial. O quadro a seguir mostra alguns indicadores relacionados com estas actividades de investigação e desenvolvimento (i&d), sendo evidente a posição pouco confortável da Região de Dão-Lafões.

Portugal

Dão-Lafões

Baixo-Vouga

Douro

Despesa de i&d em % do PIB

1,21

0,43

1,91

0,89

Despesas de i&d em ciências de engenharia e tecnologias em % de despesas totais de i&d

14,5

5,3

10,6

14,8

Licenciados em áreas cientificas e tecnológicas por 1000 habitantes

16,3

11,9

22,5

12,9

Pessoal em i&d por 1000 habitantes

3,3

0,9

5,7

1,7

Fonte: Ine

O quadro evidencia uma utilização pouco intensiva em recursos aplicados na investigação e desenvolvimento na região de Dão-Lafões, sejam recursos humanos, sejam recursos financeiros. A existência numa dada região destas actividades não é, só por si, factor que promova o crescimento económico. Porém, não haverá regiões com elevado grau de desenvolvimento económico que não contem com o esforço em i&d. Acrescentem-se, nestas mesmas regiões, ainda as actividades do sector da designada indústria cultural e criativa.

Sector cultural e criativo e i&d dois grandes domínios que importa desenvolver, não com atitudes mais ou menos sindicalistas, mais ou menos inflamadas, mas seguindo uma visão de futuro, com um plano de acção consistente a ser construído e aplicado paulatinamente, pedra a pedra. Não é tempo de a Região se começar a preocupar seriamente com isto?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Clareza no Pensamento (Video) 23. A economia na Região de Viseu

Alfredo Simões fala sobre a economia na região de Viseu.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Clareza no Pensamento (Video) 22. Eventos no âmbito do MCE3

Suzanne Amaro fala sobre alguns eventos desenvolvidos no âmbito do MCE3


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Cara e coroa da economia da Região de Viseu

Foram publicados recentemente pelo INE o Anuário Estatístico da Região Centro (AERC) e o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC). Um caso e outro permitem-nos conhecer melhor a nossa Região no confronto com as demais. Qual é a posição relativa da NUT III Dão-Lafões no contexto nacional?
A Região de Dão-Lafões é um território de cerca de 3,5 mil Km2 onde residem, segundo as previsões do INE, cerca de 291 milhares de pessoas. A riqueza produzida em 2007 foi aproximadamente de 2,7 mil milhões de euros (Valor Acrescentado Bruto a preços de 2000). Comparando com o conjunto do País, concluímos que se trata de uma Região pequena que representa cerca de 3,8% do território nacional e 2,7% da população.
Porém, a economia parece torná-la mais pequena já que apenas representa 1,9% da riqueza criada em Portugal. A este desempenho global da economia está associado um valor da produtividade (VAB/Emprego) que é apenas de 61,3% da média nacional quando, em 2000, esse valor já se cifrava em 71,1% depois de ganhos praticamente constantes ao longo da década de 90. Refira-se que nem todos os sectores têm igual comportamento: pela negativa destaca-se o sector primário ou o comércio e construção e pela positiva destaca-se a indústria transformadora, embora com grande heterogeneidade no seu seio.
Sectores mais sofisticados, aqueles que fazem apelo a maior conhecimento e criatividade e que estão na base do crescimento económico das regiões e dos países mais desenvolvidos, têm um peso pouco significativo na economia da Região. Com efeito, a proporção do VAB das empresas em sectores de alta e média-alta tecnologia, na Região, é de 10%, ligeiramente inferior à média do país, mas muito abaixo dos 20,5% do Baixo-Vouga. Por outro lado, a proporção de pessoal ao serviço em actividades de tecnologias de informação e de comunicação é de 0,5% que compara com 2,1% no Pais.
Este desempenho do lado da produção influencia, naturalmente, o que se passa do lado do consumo. De acordo com o EPCC, em Dão-Lafões cada residente tem um poder de compra de cerca de 71% da média nacional, sendo clara a grande disparidade existente entre os concelhos com maior e menor poder de compra, Viseu com quase 92% e Penalva do Castelo ou Vila Nova de Paiva que não atingem metade do poder de compra médio de um português. No contexto do Pais, Viseu é o 59º município quando, em 2000, idêntico estudo do INE o colocava em 36º lugar.
Se esta é a “cara” da Região, também é certo que o reverso nos mostra a existência de grandes empresas e grupos económicos, com dimensão nacional, e que operam no mercado global; mostra-nos muitas PME que são excelentes no contexto nacional; mostra-nos empresas que são líderes e inovadoras no contexto dos respectivos sectores.
Pode pensar-se que tudo isto que acontece na economia da Região, o melhor e o pior, é apenas fruto das acções individuais dos agentes económicos; pode acrescentar-se os efeitos, positivos ou negativos, das politicas públicas centrais; todas estas intervenções desempenham o seu papel, um papel insubstituível, mas não eliminam a necessidade de a própria Região, com todos os seus agentes – económicos, políticos, culturais, de ensino, etc. – olhar para o que se está a passar e procurar intervir, de forma coordenada. Não basta que cada agente, na sua organização, no desempenho das suas funções, diga “- eu cumpri o meu papel!” Será um erro grosseiro.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Clareza no Pensamento (Video) 21. O que é o MCE3

Suzanne Amaro explica o que é o MCE3, um dos Módulos de Competências da ESTGV

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Amizade

Segundo o dicionário online da Porto Editora: Amizade, nome feminino, aquele que tem com alguém uma relação de amizade, partidário; simpatizante; aliado; companheiro; amante. Segundo o mesmo dicionário: Amigo, nome masculino; afeição por uma pessoa; estima, simpatia; camaradagem, companheirismo, cumplicidade, entendimento, cumplicidade, entendimento, compreensão, dedicação, bondade, pessoa amiga.
Todos os dias da nossa existência necessitamos de amigos, dos verdadeiros amigos, para nos fazerem rir, para nos ouvirem, para limparem as lágrimas, para simplesmente estarem connosco. Os amigos verdadeiros são difíceis de encontrar e durante todo a nossa vida temos poucos. Podemos ter um número infindável de conhecidos, inúmeros amigalhaços e imensas pessoas com quem gostamos de estar e de conversar, mas amigos, amigos verdadeiros com quem podemos abrir a alma e com quem podemos contar em todas as circunstâncias e independentemente de tudo temos poucos! Quanto mais não seja porque ser um verdadeiro amigo dá trabalho, muito trabalho, e requer um grau de altruísmo e de disponibilidade que nem todas as pessoas têm. Não podemos ser amigos verdadeiros de muitas pessoas sob pena de não sermos bons amigos para ninguém.
Quem me está a ler pode estar a pensar e então a família? Mas amigos e família são dois subconjuntos que, infelizmente, não raras vezes têm intersecção vazia! Até porque os amigos escolhem-se e a família não!
E é em épocas de crise como a que atravessamos que mais necessitamos dos amigos e mais devemos recorrer às nossas verdadeiras amizades. Necessitamos dos amigos para nos darem força, para nos ajudarem no dia-a-dia a lutar contra as contrariedades com que nos deparamos, para nos darem esperança num futuro melhor. Para nos fazerem acreditar que melhores dias virão e que a esperança é a última a morrer.
Quando foi a última vez que agradeceu aos seus amigos a amizade que lhe dão? Há tanto tempo? Porque não pega no telemóvel e diz aos seus amigos que eles são uma das melhores coisas da sua vida!

sábado, 28 de novembro de 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Clareza no Pensamento (Video) 19. Pequenos Hábitos de Poupança

Ilídio Silva fala sobre pequenos hábitos de poupança.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O Turismo e os Produtos Tradicionais de Qualidade da Região Dão / Lafões

O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) identifica a Gastronomia e Vinhos como um dos 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal, sendo encarado pela Turismo Centro de Portugal como um produto que é necessário promover e dinamizar.
A importante herança cultural da região Dão Lafões sustenta uma gastronomia rica e variada, associada ao cultivo da vinha, com destaque para o vinho do Dão. Os produtos tradicionais de qualidade assumem, cada vez mais, um papel importante para os turistas e a população residente e estão sujeitos a um rigoroso controlo por uma entidade certificadora, designada por Organismo Privado de Controlo e Certificação (OPC) e apresentam-se devidamente rotulados, podendo surgir no mercado com as seguintes denominações: Denominação de Origem Protegida (DOP); Indicação Geográfica Protegida (IGP) ou Especialidade Tradicional Garantida (ETG).
Dos 27 produtos tradicionais de qualidade apresentados pela DRAP Centro (http://ptqc.drapc.min-agricultura.pt/home.htm), escolhemos 9 por serem possíveis de encontrar em alguns dos 14 concelhos que integram a região Dão Lafões.
- Cabrito da Gralheira (IGP): Castro Daire, Oliveira de Frades, S. Pedro do Sul e Vila Nova de Paiva;
- Borrego da Serra da Estrela (DOP): Carregal do Sal;
- Vitela de Lafões (IGP): Castro Daire, Oliveira de Frades, S. Pedro do Sul, Viseu e Vouzela;
- Carne Arouquesa (DOP): Castro Daire, Oliveira de Frades, S. Pedro do Sul, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela;
- Maçã Bravo de Esmolfe (DOP): Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, S. Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva e Viseu;
- Maçã da Beira Alta (IGP): Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, S. Pedro do Sul, Sátão, Tondela, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela;
- Castanha do Souto da Lapa (DOP): Aguiar da Beira;
- Queijo Serra da Estrela (DOP): Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Tondela e Viseu;
- Requeijão Serra da Estrela (DOP): Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, Tondela e Viseu.
Tendo em conta a riqueza gastronómica da região Dão Lafões, ficámos intrigados com a lista apresentada pela DRAP Centro. Se os Ovos Moles de Aveiro já são certificados como IGP e os Pastéis de Tentúgal estão na lista dos produtos candidatos, porque não constam os Pastéis de Feijão de Mangualde, os Pastéis de Vouzela, ou as Castanhas de Ovos de Viseu?
Aqui fica o nosso apelo… e já agora, opte sempre por consumir produtos tradicionais certificados e contribua para o desenvolvimento económico da região Dão Lafões.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Clareza no Pensamento (Video) 18. A taxa de desemprego: algumas questões

Joaquim Simões esclarece alguns aspectos relacionados com a taxa de desemprego.

Clareza no Pensamento (Video) 17. A aplicação financeira ideal

Haverá uma aplicação financeira ideal? Ilídio Silva aborda este tema.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Taxas de juro e ilusão monetária

Por força das incertezas e receios induzidos pela crise que atravessamos, muitas pessoas procuram baixar o risco das aplicações das suas poupanças, refugiando-se em activos mais seguros, nomeadamente depósitos a prazo. Muitas consideram, porém, que as taxas de juro daquelas aplicações são manifestamente baixas e consideravelmente inferiores às praticadas antes da crise. Em boa verdade, este entendimento traduz, em alguns casos, o chamado fenómeno da ilusão monetária. É que aquilo que se deve considerar como baixas são as taxas de juro nominais. Quanto às taxas de juro reais (aquelas que, no fundo, deveriam determinar as opções dos indivíduos), isso já não será tanto assim. Importa, pois, clarificar estes aspectos.

A ilusão monetária acontece quando, ao pensarmos em termos nominais, não incorporamos devidamente a dimensão da variação dos preços (inflação) nos nossos raciocínios, o que pode levar-nos a conclusões (e eventuais decisões) menos correctas.
Vejamos um exemplo concreto, com aplicação às referidas taxas de juro (não considerando aqui, por facilidade de análise, os eventuais encargos fiscais sobre os juros).
Admita-se que no início de 2007 (antes da crise) determinado indivíduo efectuou um depósito a prazo de um ano à taxa de juro (nominal) de 4,5%, no montante de 100 euros. No vencimento (final de 2007) o indivíduo recebeu 104,5 euros (100 de reembolso do capital e 4,5 de juros). Em Portugal, a taxa de inflação média foi, em 2007, de 2,5%, significando que aquilo que se comprava, em média, com 100 euros no início do ano, custava no final de 2007, em média, 102,5 euros. Resulta daqui que o referido depositante para recuperar, no final de 2007, o poder de compra associado aos 100 euros inicialmente depositados, teria que receber 102,5 euros. Como recebeu 104,5 euros, então, em termos reais (juro real), o seu ganho corresponde ao poder de compra associado a 2 euros (diferença entre 104,5 e 102,5).
Admita-se agora que, no início de 2009, o mesmo indivíduo efectuou um novo depósito (a um ano) de 100 euros, a uma taxa (nominal) de 1,5% (manifestamente inferior, portanto, ao valor de 2007). No final de 2009, o indivíduo receberá 101,5 euros. Não se conhece ainda a taxa de inflação para 2009, para Portugal. No entanto, tendo em conta a evolução dos preços nos últimos meses (com variações negativas), estima-se que a mesma seja negativa. As previsões de Outono da União Europeia (de Outubro) apontam para uma taxa de inflação negativa em 1%, enquanto o Banco de Portugal (Boletim Económico de Verão, Julho 2009) prevê um valor negativo em 0,5%. Se assumirmos esta última estimativa, ela significa, genericamente, que aquilo que custava, em média, 100 euros no início de 2009, custará no final do ano, em média, 99,5 euros. Como o depositante receberá 101,5 euros, então, em termos reais, o juro corresponderá ao poder de compra associado a 2 euros (diferença entre 101,5 e 99,5). Ou seja, se em termos nominais as taxas são claramente distintas nos dois casos (4,5% e 1,5%), já em termos reais os ganhos (as taxas) são equivalentes. Se porventura os preços caírem mais que o previsto pelo Banco de Portugal, o depósito correspondente à segunda situação poderá até gerar um juro real superior ao do primeiro caso.
Importa pois considerar devidamente estes aspectos nas nossas opções.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pequenos hábitos de poupança

No passado dia 31 de Outubro comemorou-se mais um Dia Mundial da Poupança. Sobretudo em tempos de crise, esta data poderia servir de motivo para repensarmos um pouco os nossos hábitos de poupança. Este artigo pretende assim expor algumas dicas e conselhos úteis acerca do nosso comportamento perante a poupança.

Pagar primeiro a nós próprios

Esta ideia significa que, quando recebemos periodicamente os nossos rendimentos (normalmente, o nosso ordenado), antes de realizarmos qualquer pagamento a outros, devemos primeiro retirar uma percentagem dos rendimentos (digamos, 10%) para uma conta poupança ou de investimentos. Em grande parte das vezes, o que importa não é quanto dinheiro ganhamos, mas sim quanto dinheiro conseguimos poupar.

Controlar o nosso cash-flow

A ideia é muito simples: acompanhar periodicamente (mensalmente, semanalmente ou, se possível, diariamente) as entradas e saídas de dinheiro, de modo a tentarmos saber para onde vão as nossas disponibilidades financeiras. Se realizarmos este controlo será muito mais fácil identificarmos as despesas que poderemos eliminar e, consequentemente, pouparmos.

Evitar contrair dívida

Perante o aumento significativo da oferta de crédito ao consumo por parte das instituições financeiras, e sobretudo no actual cenário de baixas taxas de juro, a compra com recurso ao crédito é uma tentação. Todavia, os encargos que passamos a ter que suportar com esse recurso ao crédito acabam por constituir um “fardo” que só vem complicar ainda mais as nossas tentativas de realizar poupança. Além disso, devemos também preocupar-nos em pagar a 100% as dívidas dos cartões de crédito, recorrendo apenas ao período de crédito gratuito, ter cuidado com a utilização dos saldos a descoberto das contas-ordenado e, sempre que possível, amortizar dívida.

Poupar numa perspectiva de longo prazo

Normalmente quem poupa (e quando poupa!...), fá-lo numa perspectiva de curto prazo, sem olhar para o longo prazo. Mas porque será que quando se trata de contrair empréstimos (sobretudo, o crédito à habitação) conseguimos pensar a longo prazo e na altura de poupar não? O esforço financeiro que teremos que fazer periodicamente para amealharmos uma quantia que nos permita gozar tranquilamente a nossa reforma será tanto maior quanto mais tarde começarmos a poupar.

Em suma, por vezes é necessário abdicar um pouco no presente de modo a tentar melhorar o nosso futuro, que infelizmente se apresenta cada vez mais incerto…

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

TAE, TAEG, TAER

A gíria financeira está cheia de siglas, muitas delas incompreensíveis para o cidadão comum. Neste artigo vamos abordar três delas, associadas a operações de crédito.

A TAE (Taxa Anual Efectiva), a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efectiva Global) e a muito recente TAER (Taxa Anual Efectiva Revista) são indicadores (de divulgação obrigatória por parte das instituições de crédito) que o legislador entendeu criar com o objectivo de transmitirem ao cliente uma ideia mais próxima do custo real de uma determinada operação de crédito e, assim, permitir-lhe uma comparação mais fiável entre várias propostas.
Em quase todas as operações de crédito existem outros custos que o cliente tem de suportar, para além do juro propriamente dito (por exemplo, custos de processo, despesas de avaliação e/ou vistorias, comissões, impostos, seguros, etc.), pelo que a taxa de juro aplicada pelo banco reflecte apenas uma parte do custo real da operação para o cliente.
A TAE (DL nº 220/94) é um indicador que reflecte não apenas os juros, mas também encargos como comissões e outros pagamentos directamente associados ao empréstimo, desde que constituam receitas da instituição de crédito. Inclui, por exemplo, as comissões e os prémios de seguros associados à operação; não inclui impostos, taxas ou emolumentos notariais ou de registo.
A TAEG (DL 133/2009, que em Junho veio revogar a anterior legislação) aplica-se aos contratos conhecidos por “crédito ao consumo” (agora designados por “contratos de crédito aos consumidores”). Inclui basicamente os mesmos tipos de encargos considerados na TAE (comissões e prémios de seguros exigidos para obtenção do crédito) mas também os impostos associados e alguns outros encargos (por exemplo, os custos relativos à manutenção de uma conta cuja abertura seja obrigatória para registar as operações de pagamento e de utilização do crédito). No fundo, a TAEG distingue-se da TAE sobretudo por incluir os impostos associados ao crédito e por se aplicar apenas a operações de crédito ao consumo.
Por fim, a TAER (DL nº 192/2009) é um novo indicador, muito recente (foi criado em Agosto e a sua divulgação passou a ser obrigatória há cerca de duas semanas). Aplica-se a contratos de crédito à habitação e pretende reflectir, adicionalmente à TAE, os eventuais custos associados a outros produtos ou serviços financeiros adquiridos facultativamente como contrapartida para uma melhoria nas condições financeiras associadas ao empréstimo. De facto, não raras vezes, os bancos propõem aos seus clientes melhores condições (por exemplo, redução do spread, das comissões ou de outros custos) mediante a aquisição ou subscrição de outros produtos ou serviços do banco (cartões de crédito, PPRs, etc.). Esta prática é legal, desde que o banco não faça depender a concessão do crédito dessa aquisição ou subscrição. Assim, a TAER reflecte de uma forma ainda mais global o verdadeiro custo do empréstimo, facilitando ao cliente a decisão sobre se é não compensador optar pela compra/subscrição desses produtos ou serviços e também a comparação entre bancos.
A terminar: tudo isto é muito bonito, mas para ser realmente útil são necessárias duas condições: por um lado, que as instituições de crédito divulguem estes indicadores de forma correcta e, por outro, que o cidadão comum compreenda realmente o que eles significam. Se assim não for, serão, no mínimo, inúteis.

Clareza no Pensamento (Video) 16 Apoios ao empreendedorismo: FINICIA

Samuel Barros fala sobre o FINICIA, programa de apoio ao empreendedorismo.


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Clareza no Pensamento (Video) 15. Incentivos às Energias Renováveis

Fernando Amaro explica os incentivos, ao nível do IRS, ao investimento em energias renováveis.


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Clareza no Pensamento (Video) 14. Despesas de Saúde no IRS

Fernando Amaro explica que despesas de saúde são dedutíveis no IRS.

Viseu, 2020

Tal como nos anos 80/90 do século passado, quando Viseu foi um exemplo de crescimento económico por via da capacidade para satisfazer as necessidades locais e de exportação, e da capacidade para atrair investimento externo, hoje a Região continua a crescer, mas porque mudou de rumo. À época, foi fundamental o investimento da administração central em infra-estruturas e equipamentos, o dinamismo autárquico e a iniciativa privada empresarial que aproveitou os recursos locais e os estímulos vindos dos mercados domestico e europeu.
Hoje, em 2020, o florescimento da economia resulta da transformação por que passou o tecido produtivo industrial: o número das empresas mais intensivas em mão de obra é bem menor, enquanto as de base tecnológica tem vindo a aumentar a um ritmo elevado. A Região tornou-se atractiva para estas empresas e ela própria tem conseguido gerar iniciativas empresariais de alto valor acrescentado e vocacionadas para o mercado global. Por outro lado, enquanto o pequeno comércio se modernizou, o turismo está a responder a públicos diversificados baseando-se nas vertentes da gastronomia e enoturismo, saúde e bem-estar e património e cultura; a oferta hoteleira alargou-se e a acessibilidade por via electrónica encontra-se fortemente organizada. A administração pública, nomeadamente local, tornou-se um caso de estudo nacional a propósito da aplicação das novas tecnologias ao serviço dos cidadãos.
Uma importante característica do crescimento económico nesta nova década do séc. XXI é, sem dúvida, a capacidade de a Região gerar iniciativas, de natureza económica, cultural, social, etc. e da sua criatividade. O número de empresas por 1000 habitantes quase duplicou nos últimos 10 anos, a oferta cultural é intensa e diversificada e distribui-se pelos municípios. Voltando costas ao passado, a Região começa actualmente a contar enquanto território embrenhado em I&D, cresceu o número de patentes e de investigadores dedicados que se encontram inseridos em redes europeias de centros de investigação, universidades, centros de transferência de tecnologia. Em pouco mais de uma década, Viseu e a Região tornaram-se uma referência nacional do empreendedorismo, da criatividade e da capacidade de incubar empresas, iniciativas de natureza cultural, de solidariedade social e de defesa ambiental.
Tudo isto, em 2020, é o resultado de uma ambição nova surgida há poucos anos e de que agora se começam a ver os primeiros resultados. Há 10 anos atrás, a ambição passou pela definição de uma estratégia lançada pelo poder político local organizado regionalmente e focalizada na Inovação em três domínios: empresarial, cultural e territorial. A determinação foi essencial para mobilizar todos os interessados: autarquias locais, agentes económicos e culturais e ensino superior. Em conjunto, definiram, assumiram e implementaram uma estratégia, que ainda está em curso, e que ficou designada por Acção 2020.
Em resultado dessa estratégia, Viseu é hoje conhecida pelas competências desenvolvidas nos sectores escolhidos desde a primeira hora: floresta, energias, turismo, cultura e tecnologias da informação, a que se juntaram mais tarde a saúde e a agro-indústria.
Viseu 2020 só acontecerá se os agentes locais o quiserem hoje.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Clareza no Pensamento (Video) 13. Infraestruturas e Desenvolvimento da Região de Viseu

Alfredo Simões fala sobre infraestruturas e desenvolvimento da Região de Viseu.



terça-feira, 6 de outubro de 2009

Devo dar?

Todos nós já fomos abordados por pedidos, desde arrumadores de carros, a pessoas com alegadas dificuldades monetárias e ou de saúde, de crianças a velhos, de homens a mulheres, enfim, todo o tipo de pessoas e de pedidos. Todos coabitamos, infelizmente, com proximidade a estas supostas ou não, dificuldades. Perante esta situação todos já nos perguntamos se a pessoa que nos pede realmente precisa ou é “mais um”?
Todos já ouvimos histórias de pessoas que pedem e afinal não precisam, de pessoas que estragam comida, roupa que vão buscar aos centros de solidariedade social, de pessoas que recorrem às Caritas, ao Banco Alimentar contra a fome, entre outros, e que não precisam de qualquer ajuda. Não relembro sequer as situações óbvias em que somos abordados por toxicodependentes e alcoólicos e sabemos, à priori, que o dinheiro que pedem não é para suprimir uma necessidade mas um vício!
Uma das consequências deste tipo de situação decorre no facto de se deixar de acreditar em alguém ou em alguma coisa. Existem pessoas que pura e simplesmente não dão nada a ninguém, existem pessoas que só dão a instituições onde sabem que à partida as fraudes não existem, ou pelo menos, são combatidas. E existem as pessoas que continuam a dar quando podem e a quem julgam que merece. Não esqueço o que um dia ouvi à mãe de um amigo -“Eu dou quase sempre e faço uma boa acção. É responsabilidade de quem recebe também fazer uma boa acção”!
Claro que nem todos pensam como a mãe do meu amigo, mas também nem toda as pessoas que pedem não precisam, e é pelas pessoas que realmente necessitam que devemos continuar a dar sempre que não nos faça falta, é por aquelas pessoas e por tantas outras que realmente precisam da nossa ajuda. Afinal, a boa acção fica sempre com quem dá.

domingo, 4 de outubro de 2009

Micro Capital de Risco - FINICIA

Um dos obstáculos que geralmente se coloca ao empreendedorismo é o financiamento à concretização de uma ideia de negócio, a fim de a transformar num projecto empresarial. Depois da abordagem do Microcrédito, em anterior nota nesta rubrica, pretende-se desta vez chamar a atenção para um outro instrumento de financiamento: o Micro Capital de Risco.

Integrado no âmbito do programa FINICIA, este instrumento destina-se à criação de empresas ou a apoiar pequenas empresas emergentes que, geralmente, apresentam maiores dificuldades de acesso ao mercado financeiro. Uma das condições de acesso a esta forma de financiamento é que o projecto tenha características inovadoras face a outros já existentes, tenha potencial de crescimento e se integre num dos seguintes sectores de actividade: indústria, comércio, turismo, serviços, construção ou energia.

O montante do investimento a efectuar deverá situar-se entre o mínimo de 50 mil euros e um máximo previsto de 250 mil euros, sendo necessário que o promotor mobilize, pelo menos, 10% de capital próprio, directamente ou através de entidades como incubadoras, Business Angels ou outras. Assim, para um investimento de 50 mil euros, é necessária uma mobilização de 5 mil euros de capital próprio.

Esta forma de financiamento concretiza-se através da participação de Investidores de Capital de Risco e tem um limite máximo de 45 mil euros. Assim, caso o investimento seja superior a 50 mil euros, o esforço do promotor terá de ser, necessariamente, superior aos 10% acima referidos.
O acesso a esta via de financiamento pode ser efectuado através de uma Entidade Dinamizadora parceira de uma das plataformas existentes (ver http://www.iapmei.pt/).

Na Região de Viseu, a entidade parceira da plataforma Aveiro – Viseu é o Instituto Politécnico de Viseu que poderá intervir no acolhimento dos promotores, no seu esclarecimento, no eventual suporte ao desenvolvimento do plano de negócios, na primeira triagem do interesse no projecto e todas as etapas subsequentes.