terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Cara e coroa da economia da Região de Viseu (2)


Ainda a propósito da recente publicação pelo INE do Anuário Estatístico da Região Centro (AERC) vale a pena compilar mais alguma informação sobre a nossa Região e confrontá-la com o que se passa noutras regiões vizinhas. No último apontamento, referimo-nos ao facto de “sectores mais sofisticados, aqueles que fazem apelo a maior conhecimento e criatividade e que estão na base do crescimento económico das regiões e dos países mais desenvolvidos, têm um peso pouco significativo na economia da Região”. Ilustrámos esta afirmação com o peso da riqueza criada e do pessoal de sectores de alta tecnologia e das tecnologias da informação.

Dada a importância que o conhecimento tem na economia, a sua produção e utilização assumem um relevo primordial. O quadro a seguir mostra alguns indicadores relacionados com estas actividades de investigação e desenvolvimento (i&d), sendo evidente a posição pouco confortável da Região de Dão-Lafões.

Portugal

Dão-Lafões

Baixo-Vouga

Douro

Despesa de i&d em % do PIB

1,21

0,43

1,91

0,89

Despesas de i&d em ciências de engenharia e tecnologias em % de despesas totais de i&d

14,5

5,3

10,6

14,8

Licenciados em áreas cientificas e tecnológicas por 1000 habitantes

16,3

11,9

22,5

12,9

Pessoal em i&d por 1000 habitantes

3,3

0,9

5,7

1,7

Fonte: Ine

O quadro evidencia uma utilização pouco intensiva em recursos aplicados na investigação e desenvolvimento na região de Dão-Lafões, sejam recursos humanos, sejam recursos financeiros. A existência numa dada região destas actividades não é, só por si, factor que promova o crescimento económico. Porém, não haverá regiões com elevado grau de desenvolvimento económico que não contem com o esforço em i&d. Acrescentem-se, nestas mesmas regiões, ainda as actividades do sector da designada indústria cultural e criativa.

Sector cultural e criativo e i&d dois grandes domínios que importa desenvolver, não com atitudes mais ou menos sindicalistas, mais ou menos inflamadas, mas seguindo uma visão de futuro, com um plano de acção consistente a ser construído e aplicado paulatinamente, pedra a pedra. Não é tempo de a Região se começar a preocupar seriamente com isto?

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