Ainda a propósito da recente publicação pelo INE do Anuário Estatístico da Região Centro (AERC) vale a pena compilar mais alguma informação sobre a nossa Região e confrontá-la com o que se passa noutras regiões vizinhas. No último apontamento, referimo-nos ao facto de “sectores mais sofisticados, aqueles que fazem apelo a maior conhecimento e criatividade e que estão na base do crescimento económico das regiões e dos países mais desenvolvidos, têm um peso pouco significativo na economia da Região”. Ilustrámos esta afirmação com o peso da riqueza criada e do pessoal de sectores de alta tecnologia e das tecnologias da informação.
Dada a importância que o conhecimento tem na economia, a sua produção e utilização assumem um relevo primordial. O quadro a seguir mostra alguns indicadores relacionados com estas actividades de investigação e desenvolvimento (i&d), sendo evidente a posição pouco confortável da Região de Dão-Lafões.
| Portugal | Dão-Lafões | Baixo-Vouga | Douro |
Despesa de i&d em % do PIB | 1,21 | 0,43 | 1,91 | 0,89 |
Despesas de i&d em ciências de engenharia e tecnologias em % de despesas totais de i&d | 14,5 | 5,3 | 10,6 | 14,8 |
Licenciados em áreas cientificas e tecnológicas por 1000 habitantes | 16,3 | 11,9 | 22,5 | 12,9 |
Pessoal em i&d por 1000 habitantes | 3,3 | 0,9 | 5,7 | 1,7 |
Fonte: Ine
O quadro evidencia uma utilização pouco intensiva em recursos aplicados na investigação e desenvolvimento na região de Dão-Lafões, sejam recursos humanos, sejam recursos financeiros. A existência numa dada região destas actividades não é, só por si, factor que promova o crescimento económico. Porém, não haverá regiões com elevado grau de desenvolvimento económico que não contem com o esforço em i&d. Acrescentem-se, nestas mesmas regiões, ainda as actividades do sector da designada indústria cultural e criativa.
Sector cultural e criativo e i&d dois grandes domínios que importa desenvolver, não com atitudes mais ou menos sindicalistas, mais ou menos inflamadas, mas seguindo uma visão de futuro, com um plano de acção consistente a ser construído e aplicado paulatinamente, pedra a pedra. Não é tempo de a Região se começar a preocupar seriamente com isto?
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