Triple Helix é um modelo de desenvolvimento, chamemos-lhe assim, lançado por Etzkowitz (Universidade de Newcastle) e Leydesdorff (Universidade de Amesterdão), que se baseia na perspectiva da universidade assumir o papel de líder na relação com a economia e o poder politico para gerar conhecimento, inovação e desenvolvimento económico.
Presidentes tomam decisões
Tinha um artigo sobre o Triple Helix em cima da secretária quando li a notícia (nem de propósito!). O título era, aliás, sugestivo: “Presidentes reúnem-se e aprovam plano para a Região de Viseu” e, em subtítulo, concretizava: “Inovação, empreendedorismo e internacionalização serão os eixos de acção da futura Agencia de Promoção Económica da Região de Viseu”. Mas quem seriam os Presidentes? Lá estavam: “Presidente do Instituto Politécnico de Viseu, Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Dão-Lafões, Presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu e Presidente da Associação de Comerciantes de Viseu, estes dois em nome da Federação das Associações Empresariais da Região de Viseu (em formação)”.
Continuando a citar a notícia, aí se dizia que o ponto único da ordem de trabalhos foi: “Respostas da Região de Viseu para o futuro”. Talvez ... algo contraditório, mas interessante!
“Feita a caracterização da crise em que o País se encontra mergulhado – continua o jornalista - e considerando que não dispõem de poderes que lhes permitam intervir de forma decisiva para o fim dessa mesma crise, entenderam, porém, que é tempo de a Região aproveitar este momento de grande insatisfação e de alguma indefinição, para darem passos no sentido de concertarem estratégias tendo em conta o futuro da Região”.
E2i – é o plano de acção
Assim, decidiram avançar com um programa de acção até 2015. Trata-se de um plano simples e objectivo que pretende intervir em 3 domínios:
a) Empreendedorismo – desenvolvimento de um plano para o empreendedorismo que culmine com o apoio à incubação e que tenha por base três vectores: a) formação para o empreendedorismo abrangendo todos os níveis de ensino; b) criação de concursos ou outras formas de incentivar o aparecimento de projectos de negócio ou de natureza social; c) prioridade a projectos de base tecnológica, a projectos vocacionados para a internacionalização e a pequenas iniciativas artesanais na perspectiva da valorização dos saberes e dos produtos locais (a suscitar o apoio das juntas de freguesia)
b) Inovação – Aposta em 6 áreas de i&d: energias; biotecnologias; madeiras; TI/saúde; soc da informação, turismo. Alguns vectores para esta acção: a) Identificação e criação de redes das instituições locais com congéneres de outras regiões ou países; b) Criação de redes de contactos entre o ensino superior da Região e as empresas. Identificados parceiros e áreas de intervenção passa-se à fase seguinte de preparação dos projectos para a acção.
c) Internacionalização – Apoio (formação, estudos de mercado, informação) às empresas que pretendam exportar; colocar a Região na rota dos congressos internacionais, começando com dois congressos por ano; fazer o upgrade das geminações para a área dos negócios entre agentes económicos de municípios geminados, etc.
Por último, a Agencia irá criar um Portal (português, espanhol e inglês) com 3 faces: Viseuinova, Viseuinternacional e Viseuempreende.
Claro que para além do Triple Helix também os Deolinda me vieram à memoria:
Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!
Só não sei em que jornal veio a notícia! Terá sido no do dia seguinte?
Alfredo Simões
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