segunda-feira, 13 de julho de 2009

Acessibilidades e desenvolvimento económico

A Agenda Territorial da União Europeia afirma que “a mobilidade e a acessibilidade são pré-requisitos para o desenvolvimento económico das Regiões da UE”. Na prática isto significa que as Regiões com elevada acessibilidade às matérias primas, aos fornecedores e aos mercados são em regra regiões economicamente bem sucedidas e melhoram a sua posição competitiva no mercado global. Desta forma, a melhoria da infra-estrutura de transportes será um importante instrumento da politica de promoção do desenvolvimento económico regional.

Para avaliar em que medida esta relação entre acessibilidade e desenvolvimento económico se verifica, o Programa comunitário ESPON – European Spatial Planning Observation Network (www.espon.eu) procurou saber se as regiões com elevada acessibilidade são igualmente as que têm maior desenvolvimento económico. O indicador da acessibilidade potencial tem em conta o efeito da facilidade (tempo e distancia) de acesso a cada Região NUT III a partir dos acessos por estrada, por comboio e por avião. O indicador do desenvolvimento económico utilizado foi o PIB per capita, em paridade do poder de compra, isto é, tem em conta o custo de vida e as taxas de inflação de cada pais.

Os resultados obtidos mostram que se confirma a relação entre a maior acessibilidade e os níveis de desenvolvimento económico das Regiões, com cerca de dois terços das Regiões NUT III que evidenciam simultaneamente valores abaixo ou acima da média em termos de acessibilidades e do PIB per capita. Verifica-se, no entanto, que 1/8 das regiões têm mais fraca acessibilidade e isso não impede que tenham valores elevados do produto per capita. É o caso de regiões nos países nórdicos e nas regiões a norte de Espanha e Itália. Nos países nórdicos, este desempenho dever-se-á à exploração de oportunidades que resultam das tecnologias de informação, da investigação, da educação e do meio ambiente.

A Região de Dão-Lafões, à semelhança da generalidades das NUT III portuguesas, encontra-se simultaneamente abaixo da média em termos de acessibilidade e de desenvolvimento económico. Talvez o exemplo nórdico nos possa ajudar em alguma coisa.

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