sábado, 18 de abril de 2009

Memórias Soltas

A história não se faz apenas com a descrição das grandes tendências de evolução, com a análise das principais transformações estruturais e com a exploração de fontes estatísticas. As referencias aos acontecimentos específicos com repercussões na evolução geral e às personagens que neles tiveram influência mais decisiva não são menos importantes. Se outras razões não houvesse, esta justificação apresentada pelo Dr. José da Silva Lopes no Prefácio da obra “Memórias Soltas”, do prof. Manuel Jacinto Lopes, seria mais que suficiente para nos atirarmos ao livro de um dos economistas mais influentes no último meio século de Portugal.
Não se trata de uma obra sobre história económica mas interessa a todos os que gostam de colher ensinamentos a partir da experiência. Com estas Memórias entendemos melhor as fraquezas do Pais no seu processo de abertura ao exterior ou o que se passou no período pós-25 de Abril; podemos ainda ficar admirados com a irracionalidade de alguns investimentos públicos como o de Cahora Bassa ou com a actividade do Banco de Portugal nos momentos difíceis por que passou a economia (e a sociedade) portuguesa.
Manuel Jacinto Lopes, para além de ministro, governador do Banco de Portugal, representante português nas negociações do Plano Marshall e na adesão do nosso pais ao Fundo Monetário Internacional, desempenhou as funções de vice-presidente da Sociedade de Geografia e Presidente da Academia das Ciências. Como ele próprio afirma: “Um economista que só sabe economia é um pobre economista”.

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