Nos tempos de Hoje, para pensarmos o Amanhã, reconhece-se que o desenvolvimento tem de ser necessariamente sustentável, assentando articuladamente e em subsidiariedade em 3 pilares: a economia, o social e o ambiente.
Num Mundo do local para o global, as cidades/regiões devem assumir marcas diferenciadoras, conquistando elementos de competitividade. P.e. em Portugal, Coimbra é a cidade dos estudantes ou da saúde; Aveiro, das telecomunicações; Braga, do software e, perfila-se, da nanotecnologia. E Viseu?
No contexto nacional, Viseu e o território envolvente têm condições ímpares para assumir o paradigma do desenvolvimento sustentável, impulsionador de uma dinâmica criadora de produtividade e riqueza.
A Região está geo-estrategicamente localizada, no Centro, entre o Mar e Espanha, cruzada por rodovias estruturantes e linha férrea (reforçada com a ferrovia de velocidade elevada?).
A cidade de Viseu, já hoje uma referência de Qualidade de Vida, é pólo potencialmente catalisador de um território com mais de 200 mil habitantes, com alguns centros industriais médios, geradores de valor acrescentado (p.e. Mangualde, Tondela ou Oliveira de Frades) e sem um passivo ambiental significativo.
“Rasgada” por bons recursos hídricos, a matriz territorial da Região é a floresta, uma das (ou a) regiões com maior ocupação florestal de Portugal.
A floresta e os inúmeros produtos derivados podem constituir uma marca diferenciadora, um cluster (Porter dixit), da Região que contribua decisivamente para o seu desenvolvimento e também para revigorar esta fileira que tem perdido peso no PIB e nas exportações nacionais.
Atente-se igualmente no interesse das actividades económicas adjacentes ou imiscuídas com a floresta, como o turismo próximo da natureza ou as termas (vide a sua expressiva relevância regional).
A agricultura e a pecuária da Região são também manancial de produtos endógenos diversos (muito imiscuídos na Natureza), como o Vinho do Dão, ou outros ainda por potencializar.
Incontestavelmente, as Energias Alternativas, um “grande” cluster a emergir, com a aura de “Verde”, encontra na Região de Viseu um território de excelência. Não só na produção (onde está na linha da frente p.e. nas eólicas), mas igualmente em grandes players industriais e de I&D empresarial. Directamente derivadas da floresta, a Região é a pioneira de centrais térmicas de biomassa (Mortágua), estando outras para ser implantadas a breve prazo (p.e. no concelho de Viseu).
A Região desfruta de um contexto singular para poder concertar os seus imensos capitais - histórico, cultural, cognitivo, social, económico e ambiental - intensificados com contemporaneidade, talento, criatividade, inovação e tecnologia e, enfim, a “Atitude” (que tem escasseado?) de todos os actores, em prol de um desenvolvimento sustentável, promovendo a diferenciação para a competitividade dos territórios.
Pedro Baila Antunes
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