Todos os dias nos ‘entra casa
dentro’, pela rádio e televisão, informação negativa, uma após outra e que
deprime qualquer incauto.
Nos dias que vão correndo
precisamos de boas notícias, de bons exemplos. É preciso construir a esperança realçando
o que cada comunidade, instituição ou indivíduo tem de melhor, a fim de se
poder construir um futuro melhor. Esta também é a função de um órgão de
comunicação social. Não fazer a notícia “quando o homem morde o cão”,
evidenciando anormalidades, mas do que de melhor se faz na região – educação,
saúde, ambiente, cultura, desporto – com integridade.
Estamos na era da informação. Quem
a tiver está mais preparado para enfrentar desafios. E qualquer informação para
ser útil, tem de ser atempada e verdadeira. Estas características também são
aplicáveis à informação financeira de qualquer entidade, empresa ou indivíduo.
O Sistema de Normalização
Contabilística (SNC), em vigor a partir de janeiro de 2010, prevê a aplicação, por
opção, da Norma Contabilística de Relato Financeiro para Pequenas Entidades
(NCRF-PE) às entidades que durante 2 anos não ultrapassem 2 dos 3 limites
estabelecidos no n.º 2 do art.º 262 do Código das Sociedades Comerciais
(1.500.000,00, total de balanço; 3.000.000,00, total de vendas e outros
rendimentos; e a média anual de 50 trabalhadores), um nível de relato financeiro
mais simplificado. Se mais tarde pretenderem optar pelo SNC é só dar
continuidade ao processo iniciado com a NCRF-PE, detalhando mais a informação a
prestar.
Ora, sendo o órgão de gestão o
responsável pela tomada de decisão em qualquer entidade, este deverá fazê-lo na
posse de informação atempada e útil. Apesar da NCRF-PE prever alguns dos
modelos, embora reduzidos, das demonstrações financeiras do SNC, não inclui a demonstração
dos fluxos de caixa.
Apesar destes mapas integrarem a
prestação das contas, sendo portanto de cariz anual, a demonstração dos fluxos
de caixa, no meu entender, deveria ser usado mensalmente para ajudar os
gestores perceberem como é que o dinheiro entra e sai da entidade. Quando a
informação não é suficiente ou é incorreta, poderá levar desconfianças, quantas
vezes infundadas, devido à má perceção dos fluxos da moeda. De que adianta
vender a quem não se recebe (e se vendeu com lucro, logo contribuindo para os
resultados económicos!)? Será que quando se vai investir (comprar uma máquina,
uma viatura, um edifício) se pensou como se vai financiar? Onde se vão buscar
os recursos necessários para proceder ao pagamento? Ou será que se desvia o
dinheiro de ‘giro’ e que é necessário para o dia-a-dia? São respostas a
questões básicas como estas que este mapa ‘espelha’. Basta ter um bom sistema
contabilístico a funcionar. A contabilidade deve servir para, em primeiro
lugar, ajudar o órgão de gestão a tomar a decisão certa no momento certo.
Isabel Martins
Docente de Contabilidade e Auditoria na ESTGV
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