sexta-feira, 24 de abril de 2009

Arquimedes e a Região de Viseu

“- Dêem-me um ponto de apoio e eu levantarei o mundo!”, afirmou convicto Arquimedes ao ter descoberto as leis que regulam o funcionamento das alavancas. Certamente Arquimedes não teria força física para tal empreendimento, mas a pequena estória perdurou e através dela podemos sentir a força que tem o conhecimento associado à determinação.
Com este mesmo espírito, deveremos interrogar-nos acerca das alavancas de que dispomos no sentido de acelerarmos o desenvolvimento da Região de Viseu. Malgrado o crescimento e as transformações ocorridas nas últimas décadas, não podemos esquecer que cada um de nós, a trabalhar em Dão-Lafões, produz pouco mais de 62% da média nacional, e detemos um poder de compra per capita de cerca de 71% de um português médio. Se juntarmos a estes indicadores a existência de importantes disparidades intermunicipais e a redução da população residente jovem, então, talvez valha a pena seleccionarmos as alavancas que tornem mais eficaz a tarefa de levantarmos os índices de desenvolvimento da Região.
Que alavancas são essas?
a) As grandes empresas, nomeadamente de média alta tecnologia que produzem cerca de 10% da riqueza regional;
b) Os produtos endógenos (floresta, vinho, agroalimentares, ...) que importa valorizar através da investigação aplicada, do design, de novas actividades;
c) O acervo de bens culturais e os principais agentes (Museu Grão Vasco, Acert, Teatro Viriato ...) que poderão ser autênticas incubadoras culturais, agentes para a libertação da criatividade e para abrir espaço aos criativos;
d) O Instituto Politécnico de Viseu sempre que intimamente ligado aos sectores produtivos através da formação e da investigação;
e) A capacidade organizativa de cada um e da união que os agentes do ensino superior, as empresas e associações empresariais, os poderes políticos locais forem capazes de construir em função de uma visão e de objectivos comuns.
O ponto de apoio, o fulcro, de cada alavanca, será este território rico em recursos naturais e património histórico herdado, o sistema urbano em torno de Viseu, esta localização sobre o eixo Irun-Portugal, estruturante para Portugal e a Região Centro.
Seremos nós capazes de usar estas alavancas, baseando-nos no conhecimento e com a mesma determinação de Arquimedes?

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Doutor Simões,

o senhor escreve: «Certamente Arquimedes não teria força física para tal empreendimento [do levantamento do Mundo]», mas escreve mal.

É precisamente por saber que bastava um braço suficientemente longo para a alavanca que Arquimedes se achava capaz de levantar o mundo (se lhe dessem o tal ponto de apoio) e apenas com a força física do seu dedo mindinho, se assim o pretendesse. A força física era o mínimo ele teria a alavanca!

Agora quanto ao resto do seu artigo permita-me a pergunta: se fulcro já temos como diz, seremos nós capazes de construir a tábua de salvação (leia-se o braço da alavanca)? Ou será ao contrário o que nos falta é o ponto de apoio, pois já há várias tábuas de salvação pudéssemos nós apoia-las nalgum sítio.
cumprimentos
fbf

João Azevedo disse...

com estes doutores que escrevem coisas destas, não percebendo os conceitos fundamentais... não vamos lá de certeza absoluta!

Quando para mais o tema era o conhecimento como mola para um efectivo desenvolvimento. É irónico, no mínimo!