quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Haiti
A história humana conta, do ponto de vista da racionalidade lógica, e desde há muito, com situações de uma complexidade quase inexplicável. As histórias que nos contam, as situações vividas, de um passado nem sempre distante, recordam vivências nem sempre positivas. A poucas gerações todos nós tivemos alguém que do passado recorda sofrimento. Do passado, que nem sempre o tempo faz esquecer, do passado muitas vezes ainda presente Pela actualidade do tema e por tudo o que não quero esquecer, permitam-me escrever sobre o Haiti. Este era já o país mais pobre da América, foi várias vezes devastado por catástrofes naturais, por profundas crises políticas que nunca proporcionaram a estabilidade necessária a um futuro diferente. Quando a naturalidade nos parecia redundantemente normal, que conscientemente seria difícil imaginar este povo mais miserável, o dia 12 de Janeiro, marca de uma forma inesquecível a sua história. Não consumo imagens de miséria e recordo a frieza das tantas que, misturadas com histórias de verdadeiro heroísmo, nos preenchem a tomada de consciência. Não desejo tornar com estas palavras uma qualquer iniciativa de apoio mas com ela relembrar que muitos outros Haiti existem. Preocupamo-nos o suficiente com os outros? Dispensamos tempo e recurso com os outros? Pensamos nos outros? Existem outros? O meu, o seu, o nosso pequeno contributo pode ser insignificante mas sejamos conscientes com tudo isto e com o que podemos realmente fazer pelos outros, por nós próprios. Congratulo todas as iniciativas e pessoas que as criam, todos os que ajudam e pensam em ajudar, todos os que nem sem ajudas apenas pensam… Aproveito por fim para por vos pedir que se lembrem dos outros, deixando naturalmente ao critério do leitor a melhor forma de como e onde o fazer.
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