domingo, 29 de abril de 2012

A informação


Todos os dias nos ‘entra casa dentro’, pela rádio e televisão, informação negativa, uma após outra e que deprime qualquer incauto.  
Nos dias que vão correndo precisamos de boas notícias, de bons exemplos. É preciso construir a esperança realçando o que cada comunidade, instituição ou indivíduo tem de melhor, a fim de se poder construir um futuro melhor. Esta também é a função de um órgão de comunicação social. Não fazer a notícia “quando o homem morde o cão”, evidenciando anormalidades, mas do que de melhor se faz na região – educação, saúde, ambiente, cultura, desporto – com integridade.
Estamos na era da informação. Quem a tiver está mais preparado para enfrentar desafios. E qualquer informação para ser útil, tem de ser atempada e verdadeira. Estas características também são aplicáveis à informação financeira de qualquer entidade, empresa ou indivíduo.
O Sistema de Normalização Contabilística (SNC), em vigor a partir de janeiro de 2010, prevê a aplicação, por opção, da Norma Contabilística de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE) às entidades que durante 2 anos não ultrapassem 2 dos 3 limites estabelecidos no n.º 2 do art.º 262 do Código das Sociedades Comerciais (1.500.000,00, total de balanço; 3.000.000,00, total de vendas e outros rendimentos; e a média anual de 50 trabalhadores), um nível de relato financeiro mais simplificado. Se mais tarde pretenderem optar pelo SNC é só dar continuidade ao processo iniciado com a NCRF-PE, detalhando mais a informação a prestar.
Ora, sendo o órgão de gestão o responsável pela tomada de decisão em qualquer entidade, este deverá fazê-lo na posse de informação atempada e útil. Apesar da NCRF-PE prever alguns dos modelos, embora reduzidos, das demonstrações financeiras do SNC, não inclui a demonstração dos fluxos de caixa.
Apesar destes mapas integrarem a prestação das contas, sendo portanto de cariz anual, a demonstração dos fluxos de caixa, no meu entender, deveria ser usado mensalmente para ajudar os gestores perceberem como é que o dinheiro entra e sai da entidade. Quando a informação não é suficiente ou é incorreta, poderá levar desconfianças, quantas vezes infundadas, devido à má perceção dos fluxos da moeda. De que adianta vender a quem não se recebe (e se vendeu com lucro, logo contribuindo para os resultados económicos!)? Será que quando se vai investir (comprar uma máquina, uma viatura, um edifício) se pensou como se vai financiar? Onde se vão buscar os recursos necessários para proceder ao pagamento? Ou será que se desvia o dinheiro de ‘giro’ e que é necessário para o dia-a-dia? São respostas a questões básicas como estas que este mapa ‘espelha’. Basta ter um bom sistema contabilístico a funcionar. A contabilidade deve servir para, em primeiro lugar, ajudar o órgão de gestão a tomar a decisão certa no momento certo.     
Isabel Martins
Docente de Contabilidade e Auditoria na ESTGV

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