sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Inflação em 2009: os números finais

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou recentemente os valores da inflação relativos a Dezembro de 2009. Conhecendo-se assim o quadro final de evolução dos preços durante 2009, parece oportuno olhar para o mesmo e clarificar alguns valores.

Recorde-se que a inflação se mede pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), que é um indicador que mede a evolução, em termos relativos, do custo de um conjunto de bens e serviços (cabaz) considerado representativo da estrutura de consumo das famílias. Em Portugal o cabaz engloba mais de 1100 bens e serviços, repartidos por 12 classes.
O INE publica mensalmente três indicadores (taxas) de variação do IPC: a variação mensal (que compara o IPC de dois meses consecutivos), a variação homóloga (que compara o IPC de um mês com o IPC registado no mesmo mês do ano anterior) e a variação média dos últimos doze meses (que, medida para um determinado mês, compara a média do IPC mensal dos últimos doze meses com a média do IPC mensal dos doze meses imediatamente anteriores). Esta última taxa calculada para o mês de Dezembro de cada ano corresponde à chamada taxa de inflação anual, sendo por isso o indicador mais abrangente e o mais referenciado. Importa, pois, analisá-lo mais demoradamente.
O valor desta taxa para Dezembro de 2009 foi de -0,8%, resultante da comparação da média dos IPC dos 12 meses de 2009 (valor de 99,2) com a média dos IPC dos 12 meses de 2008 (valor de 100).
A inflação anual em Portugal foi, assim, de -0,8% em 2009 (em 2008 havia sido de 2,6%).
Este valor significa que em 2009 os preços caíram 0,8%, em média, relativamente a 2008. Ou, dizendo-o de outro modo, que aquilo que se comprava, em média, com 100 euros em 2008, custava, em média, 99,2 euros em 2009. Isto não significa que todos os preços tenham caído naquela dimensão. Relembre-se que o IPC é um indicador da variação dos preços mas em termos médios, podendo os preços dos vários bens e serviços evoluir de formas diversas. E foi o que aconteceu. Das 12 classes de bens e serviços que constituem o cabaz, os preços (em média) reduziram-se apenas em metade delas, registando-se acréscimos nas demais. As classes 1 (Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas) e 7 (Transportes) foram aquelas em que os preços mais caíram, em média (-3,4% e -3,6%, respectivamente). Por seu lado, as classes 2 (Bebidas alcoólicas e tabaco) e 10 (Educação) foram as que registaram maiores aumentos médios anuais (3,3% e 3,5%, respectivamente).
Como indicador da inflação anual de 2009, esse valor será referenciado em situações diversas: na negociação/definição dos ajustamentos salariais, na formulação de medidas no quadro da segurança social, na avaliação da própria competitividade do país (pela comparação do crescimento dos preços a nível interno e externo), na formulação da política de preços, na actualização de valores (enquanto indicador de actualização em contratos, disposições administrativas e judiciais, …), etc.
Esta inflação (negativa) em 2009 traduz uma situação perfeitamente anormal na evolução dos preços em Portugal nos últimos anos. A crise com que as economias se têm confrontado, com a correspondente contracção da procura a nível global e a redução verificada nos preços do petróleo e das matérias primas não energéticas, ajudam a explicar aquela evolução.
Para 2010 prevê-se que a inflação volte a valores positivos (o Banco de Portugal estima 0,7%), num contexto de recuperação económica, a nível nacional e mundial, que se espera (e deseja).

Clareza no Pensamento (Video) 26. "Inflação em 2009"

Joaquim Simões fala sobre os números finais da inflação em Portugal em 2009


domingo, 17 de janeiro de 2010

Turismo de Saúde e Bem-Estar na Região Dão - Lafões

O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) identifica a Saúde e Bem-Estar como um dos 10 produtos estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal. Integram este produto duas tipologias de recursos distintas: as estâncias termais (vocacionadas tradicionalmente para a terapia) e as instalações de spa & wellness (vocacionadas para tratamentos de beleza, relaxamento e bem estar). Apesar das estâncias termais portuguesas estarem, ainda, pouco estruturadas para poder competir no sector turístico de Saúde e Bem-Estar, nos últimos anos tem-se vindo a assistir a uma tentativa crescente por parte destas para se adaptarem às novas necessidades e hábitos de consumo, fazendo esforços no sentido de diversificar e promover a sua oferta. A região Centro concentra o maior número de estâncias termais do país e na região Dão Lafões podemos encontrar espaços que oferecem, para além dos tradicionais programas de termalismo clássico, programas de bem-estar termal que hoje convidamos a conhecer.
As Termas de Alcafache Spa Termal disponibilizam programas inovadores na área do bem-estar e da estética com relevo para a Vinoterapia (tratamentos com extractos de uva: envolvimento com algas e polifenóis de uva, hidromassagem vinoterapia, massagem vinotermia), a Algoterapia e as Tradições do Oriente (imersão em essências de alecrim). http://www.termasdealcafache.pt
As Caldas da Felgueira Termas e Spa ressurgiram nos últimos anos como um dos mais modernos centros termais do país, disponibilizando programas de bem-estar (Body Restart e Body Special) e uma série de tratamentos e massagens de estética e beleza, como são exemplo o banho Cleópatra, o envolvimento em chocolate, a esfoliação facial aromática com algas e a thermal stone back massage. http://www.termasdafelgueira.pt/
As Termas do Carvalhal disponibilizam um programa de Aromaterapia com massagens variadas, das quais destacamos as massagens com rosas da Bulgária, 3 lavandas e cacau relax. http://www.termasdocarvalhal.com
Nas Termas de S. Pedro do Sul podemos deleitar-nos com a hidromassagem Niagara, o duche de cachão, o vichy geral, a banheira com bolha de ar ou a simples e eficaz massagem facial. http://www.termas-spsul.com
Já nas Caldas da Cavaca encontramos vários programas, como o duche vichy com thalaxion ou o duche vichy com hidromassagem e duche de jacto. http://www.caldasdacavaca.pt
As Caldas de Sangemil, por enquanto, só disponibilizam programas de termalismo clássico.
Aceite o nosso convite… Aproveite os dias frios que se fazem sentir para visitar uma estância termal da região e deixe-se encantar com as técnicas inovadoras na área do bem-estar.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Clareza no Pensamento (Video) 25. "Crédito gratuito"

Ilídio Silva fala sobre o crédito dito "gratuito". Será mesmo gratuito?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Clareza no Pensamento (Video) 24. Produtos tradicionais da Região Dão-Lafões

Cristina Barroco fala de alguns produtos tradicionais da Região Dão-Lafões.

Será o “crédito gratuito” realmente gratuito?!

O recurso ao denominado “crédito sem juros” (por vezes também apelidado de “crédito gratuito”) tem-se tornado uma prática cada vez mais usual. Contudo, atenção: nem sempre a uma modalidade de “crédito sem juros” corresponde uma TAEG de 0%!
O que é a TAEG?
No crédito ao consumo não se deve ter apenas em consideração a taxa de juro que é praticada pela instituição financeira, mas também todos os outros custos que lhe estão associados, nomeadamente impostos, comissões bancárias e seguros. Estes custos (à excepção dos impostos) variam de instituição financeira para instituição financeira e deverão estar reflectidos num indicador único, denominado de Taxa Anual de Encargos Efectiva Global (TAEG).
Obrigatoriedade legal da divulgação da TAEG
Por lei, em qualquer publicidade de crédito ou a bens que possam ser comprados em prestações (mesmo sem juros), é obrigatório anunciar o valor da TAEG. Isto significa que mesmo um simples anúncio de crédito de um electrodoméstico comprado em prestações sem juros, terá de incluir a referência à TAEG.
A TAEG no contexto do “crédito sem juros”
Mesmo que não sejam cobrados juros, podem existir custos processuais, custos com impostos ou seguros. Desta forma, mesmo que a TAN (Taxa Anual Nominal) seja 0%, desde que existam encargos a suportar na aquisição do bem ou serviço, obrigatoriamente a TAEG não será nula.
Um exemplo prático
Imaginemos que uma loja de electrodomésticos publicita a venda de um bem com PVP (Preço de Venda ao Público) de 1.000 euros, através do pagamento de 10 prestações mensais sem juros (ou seja, 10 prestações mensais no valor de 100 euros cada). Suponhamos que os encargos com a aquisição deste bem, cobrados no momento do contrato, totalizam 50 euros. Pois bem: apesar de se tratar de um “crédito sem juros”, o que é facto é que a TAEG é de, aproximadamente, 11,9%.
Suponhamos agora que, noutra loja de electrodomésticos, exactamente o mesmo bem apresentava um preço de venda a pronto-pagamento de 977,46 euros. Deste modo, comprando o bem na loja de electrodomésticos inicialmente mencionada, estaríamos a pagar “juros camuflados” no montante de 22,54 euros (o que se traduziria numa TAN de 5% e, no pressuposto de que os encargos com a compra se manteriam, numa TAEG de, aproximadamente, 18,1%).
Em suma
Apesar de, aparentemente, poder parecer um contra-senso da língua portuguesa, o que é facto é que nem sempre o “crédito gratuito” é realmente gratuito…

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Crédito ao consumo: novas regras a partir de Janeiro

A partir de Janeiro de 2010 os contratos de crédito ao consumo terão taxas (TAEG) máximas. As instituições de crédito que pratiquem taxas superiores estarão a praticar crime de usura. Para a definição destas taxas, o Banco de Portugal segmentou o mercado em três grandes categorias, tendo divulgado recentemente os seus valores (ver quadro) os quais serão, doravante, revistos trimestralmente. Trata-se de uma medida positiva, na sequência de outras tomadas ao longo dos últimos dois anos, com vista à protecção do consumidor.

Como são apurados os valores das taxas máximas?

As taxas máximas resultam da média das taxas praticadas pelas instituições de crédito no trimestre anterior, acrescida de um terço desse valor. Assim, as taxas máximas variarão trimestralmente.

Quando entram em vigor as novas regras?

A partir de 1 de Janeiro de 2010.

Tenho um contrato celebrado antes de Janeiro de 2010. Passo a beneficiar das novas regras?

Não. As novas regras são aplicáveis apenas a novos contratos, celebrados a partir de 1 de Janeiro de 2010. No entanto, pode resolver o contrato anterior e celebrar um novo.

Vale a pena mudar?

Cada caso é um caso. Mas vale a pena, certamente, simular a sua situação, no seu próprio banco e ou num concorrente. A mudança acarreta custos, mas estes podem ser mais que compensados pela poupança decorrente das novas taxas máximas.

Devo aceitar como “boas” as taxas máximas divulgadas pelo Banco de Portugal?

Não. Existem, seguramente, taxas muito mais atractivas no mercado.

Consigo suportar a prestação que estou a pagar. Por isso, nem me vou preocupar com isto...

Talvez faça mal... É verdade que nós, consumidores, tendemos a prestar atenção ao valor da prestação que pagamos e não à TAEG subjacente ao contrato. Mas isto pode ser enganador. Aliás, há muitos casos em que contratos com prestações relativamente baixas (em valor, euros) têm subjacente taxas (TAEG) muito elevadas. Recordemos que a TAEG reflecte não apenas os juros, mas também outros encargos obrigatórios associados à operação (por exemplo, comissões, seguros e impostos).


Taxas (TAEG) médias e máximas para contratos de crédito ao consumo

(1º trimestre de 2010)

Categoria

TAEG média

TAEG máxima

Crédito pessoal



Finalidade: educação, saúde, energias renováveis

6,5%

8,7%

Locação financeira de equipamentos

4,7%

6,3%

Outros créditos pessoais

14,7%

19,6%

Crédito automóvel



Locação financeira ou ALD (novos)

6,0%

8,0%

Locação financeira ou ALD (usados)

7,7%

10,3%

Com reserva de propriedade e outros (novos)

8,6%

11,5%

Com reserva de propriedade e outros (usados)

12,1%

16,1%

Cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto

24,6%

32,8%