sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A auto-estrada e o desenvolvimento da Região de Viseu

O Corredor Irun-Portugal integra-se na rede transeuropeia de transportes (http://ec.europa.eu/transport/infrastructure/index_en.htm) e desempenha um importante papel nas ligações entre a Península Ibérica e, em particular, a Região Centro, com o resto da Europa. Quando falamos no Corredor Irun-Portugal trata-se de um conjunto de infra-estruturas de diferentes naturezas e com funções específicas, como as infra-estruturas portuárias de Aveiro e Figueira da Foz, a A25, complementadas pelas A1, IP3/A24 e A23, para referirmos apenas algumas do lado português. Ainda no quadro da rede transeuropeia de transportes, este Corredor faz igualmente a ligação com o Eixo 21 - Autoestradas do mar, iniciativa comunitária fundamental nos termos de uma política de desenvolvimento sustentável.
Uma versão provisória do plano regional de ordenamento do território do Centro, já objecto de discussão junto dos agentes regionais, em 2008, e sem contestação visível, identifica quatro "corredores estruturantes" em que assenta o modelo territorial das acessibilidades e transportes preconizado para a Região Centro: o Corredor Litoral, o Corredor Interior, o Corredor Aveiro-Vilar Formoso e ... o Corredor Figueira da Foz-Castro Daire - eixo transversal que permite a ligação entre o centro e norte interior com o litoral a partir do IP3 e do IC12.
Nada parece minimizar, pelo contrário, o papel deste conjunto de infra-estruturas, nas quais se inclui a ligação Viseu-Coimbra, nos contextos comunitário, nacional ou regional. Do ponto de vista particular de Viseu, esta ligação faz com que a Região assuma um papel importante enquanto porta de acesso ao Douro, património mundial, enquanto hinterland próximo dos dois portos da Região Centro - infra-estruturas franqueadoras da internacionalização da economia portuguesa - e facilita a ligação aos principais centros urbanos, isto é, aproxima mercados e melhora a oferta de serviços.
A construção da auto-estrada Viseu-Coimbra, em substituição do actual IP3, vem modificar a situação? A alteração do perfil terá as consequências já conhecidas de outras obras do género: maior segurança, em particular no que respeita às pessoas, e maior eficiência (menores custos) no que concerne ao transporte de mercadorias e de pessoas. Nesta medida, a Região de Viseu pode tornar-se ainda mais atractiva para residentes, turistas e para novas actividades económicas e, simultaneamente, melhorará as condições de internacionalização da economia portuguesa.
Não é tudo, mas daria uma boa ajuda ... se a "auto-estrada Viseu-Coimbra" fosse assumida apenas como um objectivo operacional para o desenvolvimento da Região e do País.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Perscrutar o futuro

Há quem o faça na palma da mão, nas cartas de tarot, através do lançamento dos búzios, nas folhas de chá (quando este não vinha em saquetas, claro.) e de muitas outras formas e feitios. Estas são “técnicas de adivinhação”, mas é possível, e necessário, construir cenários para o futuro de forma racional e sem ignorar a inteligência das pessoas. Para isso, o conhecimento das realizações humanas é imprescindível e a imersão na realidade presente inevitável.
Mesmo assim, não podemos esquecer que acontecimentos fortuitos podem conduzir a decisões humanas que alteram o curso “previsível” da história: “se o nariz de Cleópatra tivesse sido mais pequeno, o mundo teria sido completamente diferente”, presumia Pascal. Retomando esta especulação, Daniel J. Boorstin em “O nariz de Cleópatra – ensaios sobre o inesperado”, edições Gradiva, há 15 anos atrás, veio pôr em evidência o papel da surpresa na história e, no entanto, não podemos deixar de querer conhecer antecipadamente o futuro.
Ora, é perscrutando o futuro que excelentes obras têm sido escritas e que vale a pena serem lidas nestes tempos de férias. Aqui vão algumas sugestões: uma mais antiga como a obra de Jacques Attali, “Breve História do Futuro – a Incrível História dos Próximos 50 anos” (Publicações Dom Quixote), e a outra publicada recentemente em Portugal pela Oficina do Livro, “Common Wealth – um Novo Modelo para a Economia Mundial”, de Jeffrey Sachs.
Já agora, para aqueles mais preocupados com as questões da energia, aspecto central do nosso presente e, certamente, do nosso futuro, mais uma sugestão: “Reinventar a Energia – Estratégias para o Futuro Energético do Planeta”, de Fred Krupp e Miriam Horn, publicado pela editora Oficina do Livro. Considerando que “a melhor qualidade de um profeta é ter boa memoria” (Marquesa de Halifax), então é importante conhecermos “O Património Genético Português – a História Humana Preservada nos Genes”, de Luísa Pereira e Filipa Ribeiro, edição da Gradiva.
Mas, entre duas ondas, é de aproveitar a oferta das histórias de Sherlock Holmes por parte do DN e do JN, às 3ª, 5ª e Domingos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Partilha

Que melhor forma de ultrapassar o individual e criar novas fronteiras de conhecimento se não nos lembramos dos outros? Relembro a todos a importância da partilha, seja pela necessidade imperativa de criar mais e mais; mais conhecimento pela partilha de informação, mais sociedade pelo alargamento de redes sociais, mais família pelo aumento do tempo disponível e também mais solidariedade pela nossa dedicação mais ou menos notória, mas sempre recordada.
A importância da partilha não é um problema presente mas actual, afinal outros também já tinham idealizado uma sociedade mais justa, senão leia-se a obra mais conhecida de ideologia de Sir Thomas More – “Utopia”. Rodeado de grandes e notáveis amigos como é disso exemplo, Erasmo de Roterdão, e o qual sobre o autor e da sua família escreveu: “Verdadeiramente, é uma felicidade conviver com eles.”
Exactamente porque com “eles” é importante viver também o nosso conhecimento, o seu conhecimento é fulcral que seja partilhado. Desta partilha não deixaria de referir a importância da iniciativa na qual participo com algumas notas. E é exactamente da partilha do conhecimento e de iniciativas como a “Clareza do Pensamento” que devem ser incentivadas e dinamizadas, não só pela importância e actualidade dos seus conteúdos, mas também porque é destes projectos de partilha que as redes sociais se desenvolvem e sustentam.
Diversos e diversificados projectos de partilha de conhecimento, informação e experiência estão disponíveis na internet à distância de uma simples pesquisa.
Relembro no entanto, que todos podemos começar desde já a partilhar algo, nem que seja um simples sorriso!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

As Aventuras de Johnny Bunko

Johnny Bunko (JB) está no início da sua carreira profissional. É um jovem normal, como os demais, fez a sua formação inicial, entrou na empresa e lançou-se ao trabalho. No entanto, não estava a gostar do rumo dos acontecimentos. Alguma coisa parecia correr mal com o trabalho que fazia, estava demotivado. Diana, uma apreciadora de sushi, vai salva-lo. Surgida de uma forma extraordinária, esta personagem vai tornar-se a orientadora profissional que JB estava a precisar. Diana vai deixando que Johnny, ao longo da história, descubra cada um dos seis conselhos fundamentais para se prosperar no mundo do trabalho. Por último, Diana deixa ainda um outro conselho, mas para todos os leitores: para saber mais visite o site www.johnnybunko.com
Resta acrescentar que esta obra, em banda desenhada, é da autoria de Daniel Pink, autor de "A Nova Inteligência", um livro que também precisamos de ler.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

MICROCRÉDITO - Financiar pequenos negócios

Tenho dedicado, neste espaço, algumas notas ao tema do empreendedorismo, como forma de estímulo e apoio a quem, pela sua própria natureza, veja no desenvolvimento de uma actividade empresarial a sua forma de vida ou àqueles que, pelo facto de se verem privados de trabalho, queiram encarar o lançamento do seu próprio negócio como uma nova saída profissional.
Quando questiono os meus alunos finalistas que se vão lançar no mundo do trabalho, ou pessoas que, por circunstâncias diversas, estão desempregadas, sobre se já encararam a possibilidade de lançar o seu próprio emprego, quase sempre obtenho como resposta: “Mas para isso é preciso ter dinheiro!”

De facto, para lançar um negócio é sempre necessário algum dinheiro. Nesse sentido, esta nota destina-se a abordar o MICROCRÉDITO como uma forma possível de financiamento destinada a apoiar pessoas que pretendam lançar a sua própria actividade económica através de um pequeno investimento. Deste instrumento, poderão também beneficiar as PME existentes há menos de três anos que apresentem projectos de investimento de pequena dimensão.
Trata-se de um empréstimo destinado a quem não tendo acesso ao crédito bancário normal, não possua incidentes bancários activos, esteja desempregado ou em riscos de perder o emprego, tenha uma boa ideia que sustente um negócio com perspectivas de sucesso, possua competências adequadas e revele uma forte vontade e capacidade de iniciativa.

O montante máximo do empréstimo concedido pode variar entre 10 mil e 25 mil euros, com um período de reembolso que poderá ir até 48 meses e com uma taxa de juro indexada à Euribor (3 meses), acrescida de um spread da ordem dos 2 a 3%.

Para além de um modo de financiamento, o microcrédito apresenta-se também como uma forma de apoio na preparação do dossiê de investimento e na resolução de eventuais problemas de gestão que se venham a levantar no futuro. Este instrumento encontra-se protocolado entre a ANDC - Associação Nacional de Direito ao Crédito (ver http://www.microcredito.com.pt) e várias instituições do sistema bancário. Também o programa FINICIA lançado pelo IAPMEI (ver http://www.iapmei.pt/), e que abordarei numa próxima nota, poderá prestar apoio no âmbito do microcrédito e facilitar o acesso ao financiamento à criação de empresas e às empresas de menor dimensão que tradicionalmente apresentam maiores dificuldades na sua ligação ao mercado financeiro.